Medalhista na Rio-2016, Baby da pontapé inicial em projeto social no CPJ

Rafael Silva, o Baby simula projetar aluno do projeto educacional

Inaugurado em 2015, o equipamento vai receber medalhistas olímpicos em programa educacional.

Pouco utilizado pelos atletas da elite da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) no último ciclo olímpico o Centro Pan-americano de Judô (CPJ) lançou ontem, um projeto de aulas gratuitas para 700 crianças e jovens de escolas da rede pública.

O pontapé inicial contou com Rafael Silva, o Baby, judoca da categoria superpesado medalhista olímpico em Londres-2012 e Rio-2016, além de duas vezes medalhista mundial, e o presidente da CBJ Silvio Acácio Borges.

O atleta – que mede 2,03 m e pesa 155 kg – participou das aulas com as crianças e até mesmo simulou lutas com os mais ‘corajosos’.

A também duas vezes medalhista olímpica e bicampeã mundial, Mayra Aguiar, participaria do aulão, que reuniu cerca de 150 crianças, mas acabou não comparecendo por problemas familiares.

O projeto que prevê atender 700 jovens teve sua aula inaugural nesta segunda-feira (25)

“A PROPOSTA É USAR CADA VEZ MAIS O CPJ NESTE CICLO OLIMPICO. É FAZER USO DA NOSSA CASA”

De acordo com o presidente da CBJ, a ideia é aproximar a entidade do equipamento criado especialmente para a modalidade na Bahia e, também, da função social do esporte.

“Mais do que nunca é dar maior sentido ao centro, é movimentar o equipamento” explicou o dirigente. A proposta é utilizar cada vez mais o CPJ neste novo ciclo olímpico. É fazer uso da nossa casa”

Borges disse que a ideia é sempre trazer um medalhista por mês ao centro para acompanhar as aulas e falar com os executivos e representantes esportivos sobre formas de impulsionar a modalidade.

“Além da seleção principal, precisamos dar atenção especial à categoria de base. E a base está muito bem representada aqui (no evento), para este novo ciclo. Em oito anos quem sabe, podemos ter um novo representante daqui”.

Rafael Silva e Sílvio Acácio Borges na sala da presidência da CBJ no setor administrativo do Centro Pan-Americano de Judô

GRANDE EXPECTATIVA

Recém-chegado do Mundial de Budapeste, onde conquistou uma medalha de prata por equipe e uma de bronze na disputa individual, Baby projeta maior convergência entre a seleção brasileira e o CPJ para este novo ciclo olímpico.

O atleta passou o dia no equipamento, e acredita que a tendência é que os investimentos no esporte para a Rio-2016 ainda se reflitam em Toquio-2020, apesar dos cortes nos patrocínios e investimento no esporte após a Olimpíada do Rio de Janeiro.

“O pais vive um momento complicado política e economicamente. No judô, como temos patrocinadores fortes, não sentimos tanto a crise financeira. Os outros esportes não têm tido essa mesma sorte. Acho que muito do investimento que foi feito em 2016, em termos de base, de equipamentos, aparelhos, vai ajudar para Toquio-2020”, opinou.

Construído no último ciclo olímpico, o CPJ cumpre seu papel social como legado olímpico

Com 30 anos, Baby garantiu que vai disputar este ciclo olímpico, mas confessou que começou a pensar no que fazer quando se aposentar definitivamente dos tatamis.

“Penso em continuar de alguma forma com o judô. Por enquanto, não posso dividir esse foco, tenho que me manter inteiramente nos treinamentos, nos Mundiais, até chegar a Olimpíada. Mas quero me preparar para, quando encerrar minha carreira como atleta, continuar no judô especialmente no âmbito educacional”, finalizou o judoca.