Leandro Guilheiro realiza clínica no kangeiko de Mococa

Leandro Guilheiro apresentou um treinamento com grande embasamento técnico

Com excelente didática, o multimedalhista olímpico e mundial dissecou seus tokui-wazas para judocas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.

Com apoio da Federação Paulista de Judô (FPJudô), 12ª Delegacia Regional e Associação Esportiva Mocoquense (AEM), a Associação Masters de Judô promoveu a 17ª edição do Kangeiko de Mococa, um dos mais tradicionais treinamentos de inverno promovidos no Estado de São Paulo.

O treinamento realizou-se de 19 a 22 de julho, no ginásio de esportes da Associação Esportiva Mocoquense, e contou com a participação de 80 judocas de três Estados, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo.

Carismático, Guilheiro detalhou golpes e dissecou seus tokui-wazas

O ponto alto desta edição do encontro foi a clínica ministrada pelo medalhista olímpico Leandro Guilheiro, peso-leve que conquistou o bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008.

Além do renomado medalhista, este treinamento de inverno – que figura entre os mais conceituados de São Paulo – reuniu grandes nomes da modalidade, entre eles Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Cléber do Carmo, delegado da 12ª DRJ; Luiz César Merli, diretor da Associação Masters de Judô de Mococa e promotor do evento; Adib Bittar Júnior, tesoureiro da FPJudô; Eduardo Barison, vereador judoca da cidade de Mococa; Elton Fiebig, Danilo Pietrucci, Fernando Pamplona Catalano Calleja e Zarina Paola Bielakowicz Merli, professores que atuaram no encontro.

Alessandro Puglia e Leandro Guilheiro

Nos dois últimos dias o treinamento foi mais específico e dividido em dois períodos. De manhã foram apresentadas técnicas de katame–waza e transições de tachi-waza (luta em pé) para ne-waza (luta no solo). Na parte da tarde houve treino físico comandado pelo sensei Catalano, seguido pelo excelente estudo sobre kumi-kata (formas de pegadas) apresentado por Leandro Guilheiro. No fechamento das atividades realizou-se o tão esperado randori (treino livre de luta).

No sábado, Leandro Guilheiro voltou a comandar o treino técnico e apresentou um minucioso estudo sobre nage-waza (técnicas de arremesso e projeção). Com muita clareza o judoca da seleção brasileira que defende o Esporte Clube Pinheiros elucidou cada uma das fases das técnicas aplicadas. Na sequência todos os atletas que participaram da clínica praticaram as técnicas orientados pelos professores presentes sob a supervisão de Guilheiro. Como de hábito, o treino terminou com mais um treinão randori.

Zarina Bielakowicz, Fernando Catalano, Luiz Cesar Merli, Alessandro Puglia, Leandro Guilheiro, Elton Fiebig, Adib Bittar Júnior e Danilo Pietrucci

Luiz César Merli, diretor da Associação Masters de Judô de Mococa e responsável pelo evento, avaliou a 17ª edição do treinamento de inverno de Mococa.

“Este ano encontramos muita dificuldade para realizar o kangeiko em função do acúmulo de eventos na mesma data em nossa região. Tivemos kangeikos em Bastos, Paulínia e, para agravar, a Secretaria de Esportes alterou a data dos Jogos Regionais e acabamos perdendo dezenas de atletas da nossa região que tiveram de competir nesse evento. Mas estamos satisfeitíssimos pela qualidade técnica do trabalho que proporcionamos aos judocas inscritos em nosso treinamento de inverno”, explicou.

Professores e praticantes que marcaram presença no último dia do kangeiko de Mococa

Criador do kangeiko mocoquense, Merli enfatizou a qualidade técnica da clínica apresentada por Leandro Guilheiro.

“O Leandro teve uma participação fantástica. Apresentou minuciosamente cada um dos seus tokui-wazas, detalhou os golpes muito bem e depois colocou o pessoal para praticar. O trabalho apresentado sobre kumi-kata foi magnífico, e mostrou a importância da pegada e de dominarmos o judogi do adversário. Ele participou ativamente do treino que passou e o mais legal foi que depois ainda atuou nos randoris, lutou com a garotada e com as meninas. Além das medalhas olímpicas que conquistou, o Guilheiro possui carisma, é uma pessoa fantástica e transmite o conhecimento que possui com extrema facilidade. Sinto-me honrado com a sua participação e realizado por termos oferecido um conteúdo técnico de altíssima qualidade nesta edição do kangeiko”, disse Merli.

Carismático, Guilheiro detalhou golpes e dissecou seus tokui-wazas

Guilheiro enalteceu kangeiko de Mococa

Depois de elogiar o alto nível do encontro mocoquense, Leandro Guilheiro falou sobre o conteúdo da clínica apresentada.

“Foi um prazer enorme participar do kangeiko de Mococa. Achei o evento muito bem organizado, com professores entusiasmados e alunos bastante comprometidos. Além disso, gostaria de frisar que fui muito bem recebido por todos. Sobre a clínica, basicamente conversei muito e mostrei aos participantes como vejo uma luta de judô, desde o kumi-kata até os detalhes daquilo que penso ser um golpe eficiente”, explicou Guilheiro.

O multimedalhista destacou a importância da troca de conhecimento que kangeikos e shotyugeikos oferecem aos praticantes.

“Eventos assim são extremamente importantes para o desenvolvimento técnico dos participantes. Judô se aprende com troca de conhecimento e prática incansável. Os treinamentos em conjunto entre várias equipes proporcionam tudo isso”, cravou Guilheiro.

Os professores Zarina Bielakowicz, Fernando Catalano e Luiz Cesar Merli

Alessandro Puglia destacou a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido pelos organizadores do treinamento de inverno mocoquense.

“Em sua 17ª edição, o kangueiko de Mococa é um dos mais tradicionais do Brasil. Acredito que com o apoio do delegado da 12ª DRJ e dos professores que anualmente participam do evento, o professor Luiz César Merli atingiu a excelência na realização de treinamentos de inverno”, avaliou o presidente da FPJ.

O dirigente paulista assinalou a troca de conhecimento técnico que acontece e acaba unindo diferentes gerações.

“A manutenção dos kangeikos e shotyugeiko é de fundamental importância para os judocas que visam a adquirir maior desenvolvimento técnico e sonham um dia estar na seleção brasileira. É um trabalho árduo no qual todos se unem para ensinar e aprender, e esta troca de ensinamentos fortalece o atleta e o judô dos Estados envolvidos. O kangeiko mocoquense promoveu o encontro da experiência que somente os expoentes da modalidade têm com a necessidade e a sede de aprender que os jovens talentos demonstram. Isso inspira e motiva os jovens a dar continuidade e seguir trilhando os caminhos do shiai-jô”, disse Puglia.

Na avaliação de Alessandro Puglia, a manutenção dos kangeikos e shotyugeiko é de fundamental importância no desenvolvimento técnico da modalidade

Cléber do Carmo pontuou que o trabalho apresentado por Guilheiro contribuirá para o desenvolvimento técnico do judô da Mogiana.

“Acho que este tipo de treinamento é muito importante para despertar nos mais jovens a necessidade de treinar forte e objetivamente. A simples presença do Leandro Guilheiro aumenta significativamente a qualidade técnica do encontro e amplia o interesse de todos por aprender. O simples acesso a um atleta medalhista olímpico já repercute positivamente nos jovens talentos, mas a qualidade do trabalho do Guilheiro agregou maior importância ainda ao kangeiko de Mococa. Os atletas da Mogiana certamente tiveram um ganho técnico enorme, e é por isso que toda a diretoria da FPJudô apoia e respalda eventos como este”, disse o delegado da 12ª DRJ.

Na avaliação de Fernando Catalano, esta edição do treinamento de inverno proporcionou melhora significativa na condição física e técnica dos atletas.

“Leandro Guilheiro apresentou um treinamento forte com uma metodologia que associou as áreas pedagógica e educacional à performance esportiva. Em minha avaliação o kangeiko de Mococa 2017 atingiu plenamente seus objetivos, uma vez que proporcionou grande melhoria na condição física e técnica dos atletas, num ambiente de respeito mútuo, amizade, muita disciplina e troca de conhecimento entre atletas e os professores. Parabenizo a todos os que participaram deste grande encontro de intercâmbio e treinamento de judô”, disse Catalano.