Em Punta del Este, Paulo Wanderley avalia eleições na Odepa

Três candidatos disputarão os votos dos representantes dos 41 países membros da Odepa, e os últimos três dias de reuniões da Organização Desportiva Pan-Americana deverão ser decisivos.

A cúpula do desporto olímpico continental está reunida em Punta del Este, no Uruguai, onde se realizará a assembleia geral da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), cuja pauta promete ser bastante extensa. Além da disputa da presidência da entidade, haverá eleições para cargos do comitê executivo e serão discutidos os preparativos para os Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, no Peru.

A preocupação com a realização dos Jogos Pan-Americanos parece ter diminuído após o anúncio na semana passada do acordo entre os governos britânico e peruano para que especialistas do Reino Unido trabalhem na realização do evento.

Há ainda várias questões que precisam ser abordadas, no entanto, incluindo o papel desempenhado pelo presidente do Comitê Olímpico Peruano, José Quiñones, membro do comitê executivo da Odepa.

Quiñones foi proibido pelo tribunal esportivo do Peru de ocupar qualquer cargo público por cinco anos por causa de supostas irregularidades nas contas que ele controlava, mas insiste que não fez nada errado e é vítima de um ataque político.

Os Jogos Pan-Americanos de 2023 também serão discutidos após a retirada da candidatura da capital argentina, Buenos Aires, na semana passada, deixando Santiago, no Chile, como o único concorrente.

Outra questão que será debatida diz respeito às nomeações do comitê executivo da região do Grupo 1, composta por membros norte-americanos e centro-americanos.

Eleição mais disputada

O foco central do encontro que reúne a cúpula esportiva pan-americana, entretanto, será certamente a eleição do substituto de Julio C. Maglione no posto máximo do desporto olímpico das Américas. Há três candidatos: Neven Ilic Alvarez (Chile), Carlos Artur Nuzman (Brasil) e José Joaquín Puello (República Dominicana). Jamais um processo sucessivo foi tão disputado e imprevisível quanto este.

A eleição será realizada em dois turnos, e a principal base de apoio da Puello vem do Caribe, enquanto Ilic e Nuzman estão confiantes no apoio da América do Sul.

A América Central será um campo de batalha determinante em que os três candidatos vão buscar votos, enquanto as intenções do Canadá e Estados Unidos ainda são desconhecidas.

Todos os 41 membros da Odepa têm um voto, enquanto os dez países que sediaram edições dos Jogos Pan-Americanos terão um voto adicional. Desta forma, Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Cuba México, Puerto Rico, República Dominicana, Venezuela e Estados Unidos têm direito a dois votos.

Paulo Wanderley avalia cenário político

Em Punta del Este, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Judô e atual vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley Teixeira, fez sua análise do cenário político. “Na próxima quarta-feira (26 de abril) haverá a segunda etapa da assembleia geral da Odepa, que entre outros assuntos tratará da eleição da nova diretoria para este quadriênio. Concorrem Chile, República Dominicana e Brasil. Os países sul-americanos concorrem com seus presidentes de comitês olímpicos, enquanto a nação caribenha está sendo representada por um ex-dirigente de comitê olímpico que possui excelente reputação, principalmente na região do Caribe.”

O dirigente brasileiro torce pela eleição do colega que preside o COB. “Comenta-se que há empate técnico entre Carlos Artur Nuzman e José Joaquín Puello. O fiel da balança será o presidente do Comitê Olímpico do Chile, que deve reunir votos que, no segundo turno, migrarão para Nuzman e para Puello. Não é uma eleição definida por antecipação, o que é uma pena já que, entre todos, Nuzman é o gestor esportivo com melhor currículo das Américas e um dos principais dirigentes do mundo. Tem em seu histórico a realização de Jogos Sul-Americanos, Jogos Pan-Americanos e uma Olimpíada, além de outras importantes realizações de âmbito internacional. É um dirigente superpreparado e sua eleição seria muito importante para o Brasil e para o esporte das Américas. Nada seria mais justo que ele tivesse isto como legado em sua trajetória na gestão esportiva. Minha torcida é para que ele venha se consolidar como presidente da Odepa”, afirmou Paulo Wanderley.